sexta-feira, 29 de junho de 2012

Crise no Paraguai

América do Sul discute medidas que podem isolar Paraguai.
Presidentes do Mercosul também discutirão a entrada da Venezuela no bloco.


Sem a presença de autoridades paraguaias, os presidentes dos países do Mercosul e da Unasul decidem nesta sexta-feira (29) as medidas que poderão causar o isolamento político do Paraguai.
Os chanceleres Antonio Patriota, do Brasil, e Hector Timerman, da Argentina, disseram que o Paraguai será suspenso das reuniões do Mercosul, porém não serão aplicadas sanções econômicas ao país — o menos desenvolvido economicamente entre os quatro integrantes do bloco.
"Nós nos limitamos à suspensão e não haverá sanções econômicas ao país", disse Patriota. Na mesma linha, Timerman também afirmou que as sanções econômicas ao Paraguai estão descartadas.
— Não aplicaremos sanções econômicas ao Paraguai.
Essa é a primeira vez desde o tratado de formação do Mercosul, em 1991, que um dos países do bloco é impedido de participar do encontro e suspenso das reuniões.
Especula-se entre diplomatas do Mercosul que o Paraguai não poderá participar da reunião do bloco em dezembro, no Brasil, e só voltaria a ser parte dos encontros após as eleições presidenciais paraguaias, em abril do ano que vem.
A suspensão é baseada no documento assinado pelos países do Mercosul, incluindo o Paraguai, além dos associados Chile e Bolívia, no fim da década de 1990. Na época, a cláusula democrática do chamado documento de Ushuaia foi feita a pedido do próprio Paraguai, após viver uma crise institucional na década de 1990.
Distanciamento
O distanciamento dos demais membros em relação ao Paraguai ocorreu após o impeachment relâmpago de Fernando Lugo da Presidência, na semana passada.
No entendimento dos governos do Mercosul e da Unasul, Lugo não teve tempo para se defender das acusações feitas pelos parlamentares que aprovaram a sua destituição em cerca de 24 horas.
Em seu lugar assumiu o seu então vice-presidente, Federico Franco, com a previsão de governar até agosto do ano que vem, concluindo o mandato atual.
Após a destituição de Lugo, o Brasil e o Uruguai convocaram seus embaixadores em Assunção. Já Argentina, Venezuela e Equador retiraram seus embaixadores.
A Venezuela também anunciou a suspensão do envio de combustíveis para o país. Analistas paraguaios disseram, porém, que o Paraguai tem um estoque de petróleo para mais dois meses.
Quase todos os países da América do Sul anunciaram alguma medida na área diplomática, à exceção da Bolívia, que estava em meio a uma crise interna com protestos de policiais.
Repúdio
O encontro de cúpula do Mercosul será realizado durante toda a manhã desta sexta-feira e, de acordo com a agenda oficial, os presidentes dos países da Unasul se reunirão na sequência, durante a tarde.
A Secretaria da Unasul, com sede em Quito, no Equador, divulgou comunicado, na quarta-feira (27), também suspendendo o Paraguai. A Unasul reúne todos os países da América do Sul.
O Ministério das Relações Exteriores do governo Franco repudiou a suspensão. O texto afirma que a iniciativa não teve base legal e que medida semelhante dependeria da participação de quem ocupa a presidência temporária do grupo — neste caso, o próprio Paraguai.
País com pouco mais de 6 milhões de habitantes e com forte presença de brasileiros, o Paraguai depende dos vizinhos para realizar comércio com o mundo, já que não tem acesso ao mar.
Segundo assessores do governo Franco, a principal preocupação era que fossem aplicadas sanções econômicas do Mercosul ao país, como a suspensão do envio de recursos do chamado Focem (Fundo de Convergência Macroeconômica), que estão sendo aplicados para melhorar, por exemplo, a distribuição de energia da hidrelétrica binacional de Itaipu para o interior do país e a construção de estradas.
Venezuela
Além da questão do Paraguai, os presidentes do Mercosul vão discutir o processo de adesão da Venezuela ao bloco. Na gestão de Lugo, o Senado paraguaio, opositor a ele, não aprovou a iniciativa.
O ministro Patriota disse que continua existindo o "firme e urgente interesse" de que a Venezuela integre o bloco. O Mercosul vive "situação especial", segundo afirmou a presidente argentina, Cristina Kirchner.
Os países do Mercosul discutirão ainda a maior aproximação com a China, também segundo Patriota. Os chineses estão interessados em uma área de livre comércio com os três sócios do Mercosul — Brasil, Argentina e Uruguai.
O Paraguai é o único país do bloco que mantém relações diplomáticas com Taiwan e não com a China continental (a China considera Taiwan como uma província rebelde e parte de seu território).

Proibição de Sopão em São Paulo

Moradores de Rua Protestam contra possível proibição de sopão em São Paulo.

A fila se forma antes mesmo da van chegar. Alguns esperam ansiosos pela única refeição do dia; outros, mesmo que tenham almoçado, marcam presença como prevenção, já que não sabem o que os espera no dia seguinte. Há ainda aqueles que buscam um alimento quente para a noite fria da capital paulista, característica do inverno. Às 20h30 --em ponto--, os voluntários da Turma da Sopa chegam ao viaduto Condessa de São Joaquim, no centro de São Paulo, para servir cerca de 300 moradores de ruas.
As duas panelas de 50 litros demoraram menos de 40 minutos para acabar. Carne, abobrinha e batata eram alguns dos ingredientes da sopa de legumes, que transbordava seu cheiro por todo o quarteirão. Muitos pegaram a fila mais de uma vez. Teve até moradores que garantiram a marmita do dia seguinte – seja em um pote plástico ou em uma garrafa pet  cortada ao meio.
A ação se repete sagradamente das segundas às quintas-feiras há aproximadamente 19 anos, conforme informou o voluntário Fernando Arruda, 26, que coordenou a distribuição nos trabalhos da última quinta-feira (28).
Mas essa tradição pode estar ameaçada. A Secretaria Municipal de Segurança Urbana planeja acabar com o sopão nas ruas de São Paulo.
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", a distribuição de sopas realizada por 48 instituições nas ruas do centro deverá ser proibida em um prazo de 30 dias. O sopão, de acordo com a proposta, passará a ser distribuído exclusivamente em uma das nove tendas da prefeitura, conhecidas como espaços de convivência social, que atendem pessoas sem teto na capital.
A notícia, além de ter gerado protestos nas redes sociais e inspirado um "sopaço", também causou alvoroço entre os moradores de rua. Ao identificarem a presença de nossa equipe no local, muitos --com o prato de sopa na mão-- gritavam: "Fora Kassab". Um deles até compôs uma música em forma de protesto: "Kassab vai para lá; não fica mais cá; em outro vamos 'votá'".
Para a aposentada Cecília Pereira dos Santos, 74, o fim do sopão ou mesmo a transferência de sua distribuição seria "uma tragédia". Ela sai diariamente do Butantã –onde mora sozinha e com apenas um salário mínimo e meio no bolso por mês-- para ter direito a sua única refeição "robusta" diária. "Como a sopa e guardo o pão que eles oferecem de complemento para o café da manhã do dia seguinte", conta ela, que lamenta ao se recordar que a ONG não atua três dias por semana. "Nesses dias? Tento me virar como posso."
Cecília diz desconhecer o endereço das nove tendas da prefeitura, mas afirma que essa possível transferência deixará muitas pessoas, além de desabrigadas, com fome. "Se for muito longe, para mim vai ser inviável."
A mesma indignação foi expressa por Priscila dos Santos, 19, que mora na rua há cerca de um ano. "Além de não darem comida para a gente, querem proibir os outros de nos ajudarem?", questiona ela, que diz comer no Bom Prato quando consegue juntar algum dinheiro, mas "quando estou dura o sopão é que me salva".
O secretário de Segurança Urbana, Edsom Ortega, segundo publicação da "Folha de S.Paulo", afirmou querer atrair os moradores de rua para os abrigos, que chegam a ter 2.800 vagas ociosas em alguns períodos do ano. Ao ser informada desta explicação, Priscila soltou uma gargalhada e disse: "Muitas vezes já fui procurar vaga em um albergue e ouvi dizer que o local estava cheio, mesmo sabendo de pessoas de dentro que estava vazio", relata a moradora de rua.

Posição da prefeitura

Na quinta-feira (28), depois da repercussão negativa da iniciativa, a prefeitura divulgou uma nota na qual afirmou que a distribuição de alimentos não será proibida, apenas restrita.
"A Prefeitura de São Paulo informa que não cogita proibir a distribuição de alimentos por ONGs na região central da cidade. O que existe é a proposta de que as entidades ocupem espaços públicos destinados para o atendimento às pessoas em situação de rua, como as tendas instaladas pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. A prefeitura entende que a união das ações das ONGs com as dos agentes sociais têm potencial para tornar ainda mais eficazes as políticas de reinserção social", diz o texto.
Após a divulgação da nota, a assessoria da prefeitura voltou a reforçar que não se trata de uma proibição, mas sim de um "convite" às entidades para que passem a atuar nas tendas.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Ahmadinejad na Venezuela


Chávez anuncia visita de Ahmadinejad a Caracas após Rio 20

Caracas, 13 jun (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta quarta-feira que o governante do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, visitará Caracas 'em poucos dias', para seguir avançando em sua aliança binacional 'para a paz'.
'Em breve vem nos visitar o presidente Lukashenko, o presidente bielo-russo, e também o presidente do Irã, Ahmadinejad', disse Chávez em um ato do comando militar transmitido em cadeia obrigatória de rádio e televisão.
Chávez indicou recentemente que Aleksandr Lukashenko visitaria o país em 26 de junho, mas não especificou a data da chegada do iraniano, embora, garantiu que será depois da realização no Brasil da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20.
'Eles vêm a Rio e querem passar por aqui a nos visitar, para nos cumprimentar e seguir avançando nos projetos, nas alianças, todas para a paz', destacou o venezuelano.
O último encontro entre Chávez e Ahmadinejad ocorreu em 9 de janeiro, no início de uma viagem que levou o presidente iraniano pela América Latina. Na ocasião, a comunidade internacional aumentou a pressão contra Teerã por causa de seu programa nuclear.
Durante a visita, a quinta de Ahmadinejad a Caracas, os líderes prometeram amizade 'para sempre' e reafirmaram sua aliança para 'frear a loucura imperialista'.
Essa visita permitiu realizar o encontro adiado em setembro do ano passado, quando o líder iraniano suspendeu uma viagem à Venezuela devido à recuperação de Chávez, que em junho passado foi operado de um tumor canceroso.
Venezuela é um dos principais aliados do Irã na América e os laços bilaterais foram se estreitando desde que Ahmadinejad chegou ao poder em 2005. Neste momento, os dois países têm programas de cooperação em setores como energia, habitação, automóvel, alimentar e tecnológico.
Copyright (c) Agencia EFE, S.A. 2010, todos os direitos reservados

Caso Yoki


Caso Yoki: família Matsunaga vai pedir teste de DNA da criança

SÃO PAULO - O advogado contratado pela família de Marcos Matsunaga para acompanhar o inquérito que investiga a morte do executivo da Yoki vai entrar com um pedido de exame de paternidade da filha do casal, nesta quarta-feira. A técnica em enfermagem Elize Matsunaga confessou ter matado e esquartejado o marido, no dia 19 de maio.
Luiz Flávio D'Urso, também presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, no entanto, negou que a família tenha desconfiança de quem seja o pai da menina, de acordo com o G1.
- Considerando que o caso trouxe uma série de surpresas desagradáveis, levando-se em conta a tragédia de um homicídio da forma que ocorreu, com um esquartejamento, como estamos dentro de uma situação bárbara sob todos os aspectos, creio que tudo o que diz respeito ao Marcos e à Elize merece ser investigado, inclusive a filha do casal - justificou o advogado.
A Justiça de São Paulo negou na terça-feira o pedido de liberdade da viúva e assassina confessa do empresário. A defesa diz que Elize não premeditou o crime e pede a sua libertação. A polícia vai pedir prisão preventiva para que ela continue na prisão até o julgamento.
No depoimento de quatro páginas de Natália, a garota de programa que esteve com o executivo na véspera do assassinato dele e que teria motivado a briga entre o empresário e Elize Matsunaga, ela diz que o primeiro encontro com Marcos aconteceu em 13 de fevereiro e que se encontrava com ele duas vezes por semana. Pelos serviços de acompanhante, ela recebia R$ 4 mil por mês.
Compradora de amendoim
A mulher disse à polícia também que viajou com Marcos para a cidade de Marília, no interior de São Paulo, para conhecer a fábrica da Yoki. E foi apresentada como compradora de amendoim. Em uma outra viagem, foram para Montevidéu, no Uruguai. Segundo a moça, Marcos dizia que seu casamento não estava bom, que brigava bastante.
Ainda segundo ela, ele mostrou arranhões no braço e disse que tinha sido agredido por Elize, em uma das brigas do casal. Marcos teria comentado que queria se separar.
A mulher disse que o executivo fez um acordo: se ela tirasse as fotos do site de acompanhantes, ele pagaria R$ 27 mil por mês a ela. O primeiro pagamento, segundo ela, foi no dia 4 de maio.
Segundo o depoimento, entre os dias 20 e 30 do mês passado, ela relatou que Marcos não fez contato.

Canadá é o melhor país do G20 para mulheres


ESPECIAL-Canadá é o melhor país do G20 para mulheres; Brasil é o 11º

  LONDRES, 13 Jun (TrustLaw) - Leis para promover a igualdade de gênero, contra a violência e a exploração, junto com um bom acesso a educação e saúde, fazem do Canadá o melhor lugar para ser mulher entre as maiores economias do mundo, ao passo que o infanticídio, os casamentos infantis e a escravidão fazem da Índia o pior, segundo uma pesquisa global realizada junto a especialistas e divulgada na quarta-feira.
  Alemanha, Grã-Bretanha, Austrália e França completam os cinco melhores países entre os 19 que formam bloco das 20 maiores economias mundiais (a União Europeia, também parte do grupo, não foi levada em conta), segundo entrevistas com 370 especialistas em gênero ouvidos pelo TrustLaw, serviço de notícias jurídicas da Fundação Thomson Reuters.
  O Brasil, na metade inferior do ranking, ficou em 11o lugar.
  Na outra ponta da escala, a Arábia Saudita -onde as mulheres têm boa educação, mas são proibidas de dirigir e só conquistaram o direito ao voto em 2011- ficou em penúltimo lugar, à frente da Índia, mas atrás da Indonésia, África do Sul e México.
  "A Índia é incrivelmente pobre, a Arábia Saudita é muito rica. Mas há algo em comum, o fato de que, a não ser que você tenha algum acesso especial a privilégios, você tem um futuro muito diferente, dependendo de se você tem um cromossomo X extra ou um cromossomo Y", disse o jornalista Nicholas Kristof, coautor de "Half the Sky: Turning Oppression into Opportunity for Women Worldwide" ("metade do céu: transformando opressão em oportunidade para mulheres do mundo todo").
  A pesquisa, divulgada a menos de uma semana da cúpula do G20 que acontece nos dias 18 e 19 no México, mostra que realidade permanece dura para muitas mulheres, apesar das leis e dos tratados sobre os direitos femininos.
  "Na Índia, mulheres e meninas continuam sendo vendidas como coisas, são casadas a partir dos 10 anos, queimadas vivas como resultado de disputas por dotes, e garotas jovens são exploradas e abusadas como mão de obra escrava doméstica", disse Gulshun Rehman, assessora de desenvolvimento do programa de saúde da ONG Save the Children do Reino Unido.
  "Isso ocorre apesar da revolucionariamente progressista Lei da Violência Doméstica sancionada em 2005, proibindo todas as formas de violência contra mulheres e meninas."
Ranking
  O TrustLaw pediu a profissionais humanitários, acadêmicos, profissionais da saúde, gestores públicos, jornalistas e especialistas em desenvolvimento com experiência em questões de gênero para que classificassem os países do G20 entre os melhores e piores para as mulheres.
  Eles também fizeram rankings conforme seis categorias: qualidade da saúde, liberdade contra a violência, participação política, oportunidades profissionais, acesso a recursos como educação e direitos de propriedade e liberdade contra o tráfico e a escravidão.
 Os entrevistados são provenientes de 63 países nos cinco continentes, incluindo especialistas de agências da ONU, ONGs internacionais e instituições acadêmicas.
  O Canadá foi citado como o melhor lugar para ser mulher, por garantir a maior parte do que é necessário para o bem-estar e as liberdades básicas das mulheres.
 "Embora ainda tenhamos muito mais a fazer, as mulheres têm acesso à saúde, valorizamos a educação, o que é o primeiro passo para a independência econômica, e temos leis que protegem as meninas e mulheres e não permitem o casamento infantil", disse Farah Mohamed, presidente e executiva-chefe da Cúpula G(irls) 20, uma reunião juvenil que ocorreu em maio no México, antecipando-se à cúpula dos chefes de governo do G20.
  Os Estados Unidos ficaram em sexto lugar no ranking, mas polarizaram as opiniões. Os especialistas consideraram positiva a situação do país em termos de direitos civis e leis contra a violência doméstica, acesso à educação, oportunidades profissionais e liberdade de expressão e deslocamento.
 Mas há restrições no acesso à contracepção e ao aborto, e as mulheres sofrem desproporcionalmente com a falta de acesso ao atendimento de saúde com preços acessíveis, segundo alguns entrevistados.
  "Muitos dos avanços dos últimos cem anos estão sob ataque, e o ataque mais ostensivo e maligno é contra os direitos reprodutivos", disse Marsha Freeman, diretora do Observatório Internacional de Ação dos Direitos Femininos.
Barreiras ao Desenvolvimento
  A pesquisa surge num momento de turbulência política para várias regiões do mundo, e nas quais é mais vital do que nunca proteger as liberdades femininas, segundo os especialistas.
  "Épocas de transição política, como aprendemos da forma mais dura, também podem ser épocas de fragilidade, e quando os direitos das mulheres e meninas podem ser revertidos em vez de avançarem", disse Minky Worden, diretora de iniciativas globais da Human Rights Watch.
  Os direitos femininos estão particularmente sob ataque no México, país anfitrião da cúpula do G20, que aparece em 15o lugar na pesquisa. O México tem uma arraigada cultura machista, altos índices de violência física e sexual, e bolsões de pobreza nos quais os serviços, inclusive de saúde, não são melhores do que em algumas das mais marginalizadas comunidades da África, segundo especialistas.
  As mulheres também são vítimas de crimes relacionados às drogas. Cerca de 300 mulheres foram mortas em 2011 na violenta localidade fronteiriça de Ciudad Juarez, com impunidade quase total, segundo a Anistia EUA.
  "A violência afeta homens e mulheres, mas com frequência as mulheres (são atingidas) desproporcionalmente", acrescentou Worden. "O México é um lugar onde a imposição da lei continua sendo um desafio, e o governo tem a obrigação de proteger as mulheres, mas frequentemente falha nessa obrigação, como falha em proteger os homens."
  Colocar os direitos femininos na pauta global é crucial para o progresso e para um desenvolvimento efetivo, disse Kristof. Países que restringem os direitos e liberdades das mulheres ou que deixam de protegê-las contra injustiças sofrem em longo prazo, social e economicamente, acrescentou ele.
  Gestores públicos, ativistas e parlamentares vão debater como combater as questões abordadas pela pesquisa numa grande conferência a ser organizada em dezembro pela Fundação Thomson Reuters e pelo International Herald Tribune em Londres (http://trustwomenconf.com).
  Embora a pesquisa se baseie em percepções, e não em estatísticas, dados da ONU corroboram as visões dos especialistas sobre os piores lugares para ser mulher.
  O Índice de Igualdade de Gênero (IIG), que examina a saúde reprodutiva, o mercado de trabalho e o empoderamento feminino por meio da educação e da política, cita os mesmos três países como sendo os piores lugares para as mulheres, embora a Arábia Saudita seja nesse índice considerada pior que a Índia.
 O IIG, porém, não inclui a violência por questão de gênero e ignora outras dimensões importantes, como o uso do tempo - o fato de muitas mulheres terem obrigações adicionais de cuidados com a família e manutenção do lar.
  Quando se trata do melhor lugar para ser mulher, a percepção dos especialistas não acompanha os dados da ONU. O IIG aponta Alemanha, França e Coreia do Sul como os três melhores países, nessa ordem. O Canadá aparece em sétimo, e os EUA, em décimo lugar.
  Os ativistas, porém, não se surpreenderam com a boa imagem do Canadá. "Tendo uma compreensão da cultura canadense e monitorando o trabalho que eles têm feito em torno da violência contra mulheres e igualdade de gênero, acredito que o Canadá realmente venha emergindo como um modelo para o que a maioria dos países deveria aspirar durante muito tempo", disse o jornalista e ativista Jimmie Briggs, fundador da Campanha Man Up, que trabalha para mobilizar os jovens a fim de impedirem a violência contra mulheres e meninas.
(Reportagem adicional de Courtney Harvey e Lisa Anderson em Nova York)
(O TrustLaw é um site gratuito de notícias jurídicas administrado pela Thomson Reuters Foundation, o braço de caridade da Thomson Reuters. Visite http://trust.org/trustlaw. Para mais informações sobre a Conferência TrustWomen, visite http://trustwomenconf.com)

A Melhor!


USP é eleita melhor universidade da América Latina

  O ranking do grupo britânico Quacquarelli Symonds elegeu a Universidade de São Paulo  como a melhor instuitição de ensino superior da América Latina. A USP recebeu nota máxima de acordo com os critérios de avaliação, que escolheu as 200 melhores universidades da região.
  Além da USP, o Brasil possui mais oito representantes na lista. A Unicamp, Universidade Estadual de Campinas é a 3ª; já as Federais do Rio de Janeiro (UFRJ), de Minas Gerais (UFMG), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de São Paulo (Unifesp) aparecem respectivamente nas  8ª, 13ª, 14ª e 15ª posições. 
  A Universidade Estadual Paulista (Unesp) está na 16ª colocação, seguida pela Pontíficia Universidade Católica do Rio (PUC-RIO), que obteve a melhor colocação entre as particulares brasileiras. A Universidade de Brasília (UnB) é a última universidade pública brasileira a figurar no ranking, em 25º lugar.
 O ranking leva em consideração a reputação acadêmica das universidades e dos profissionais que lá dão aula, artigos publicados no meio acadêmico, relevância das pesquisas na internet, além do tamanho da universidade e da quantidade de alunos.

Esqueleto de Soldado

 Quase dois séculos depois da derrota de Napoleão Bonaparte em Waterloo, no território da atual Bélgica, o esqueleto completo de um soldado morto em 18 de junho de 1815 no célebre campo de batalha foi encontrado por arqueólogos.
 "Ele parece morrer diante de nossos olhos", declarou nesta terça-feira o arqueólogo            Dominique Bosquet, referindo-se ao esqueleto desenterrado na semana passada durante trabalhos de restauração do local, situado a cerca de vinte quilômetros do sul de Bruxelas.
  Deitado de costas, com uma bala ainda presa na altura do pulmão esquerdo, o soldado estava coberto por 40 centímetros de terra, em uma posição que prova que não foi movido após a sua morte, como se algum de seus companheiros de batalha o tivesse enterrado rapidamente para protegê-lo de saqueadores, explicaram os arqueólogos.
  Seu uniforme se desfez com o tempo, mas seus objetos pessoais -uma colher, moedas, botões da roupa e um pedaço de madeira com as iniciais 'CB' gravadas em cima - devem mostrar se ele pertencia ao campo dos vencedores (Grã-Bretanha, Prússia e Holanda) ou estava sob as ordens do imperador da França.
 O local onde foi encontrado, atrás de um bastião das tropas do duque de Wellington, possibilita a conclusão de que era um soldado britânico, segundo Yves Vander Cruysen, da associação "Batalha de Waterloo 1815".
  No mês passado, alguns trabalhos de restauração do local onde ocorreu a batalha de Waterloo foram iniciados com o objetivo de reforçar seu potencial turístico, faltando três anos para o bicentenário do episódio histórico.
  No sábado e domingo próximos, será realizada a reconstituição anual da batalha por centenas de fãs da história, que estarão vestidos com trajes da época.
  Cerca de 125.000 homens do Grande Exército Napoleônico enfrentaram 210.000 soldados do campo aliado na batalha que mudou o destino da Europa. Os franceses foram derrotados e mais de 12.000 pessoas foram mortas.
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