terça-feira, 24 de julho de 2012

A vida na Síria em tempos de guerra


Sírios estão vendo a banalidade do dia a dia dar lugar ao medo da violência generalizada.

Janine Di Giovanni, do New York Times
DAMASCO - Qual é a sensação trazida pelo início de uma guerra? Quando é que a vida como a conhecemos implode de vez? Como sabemos quando é chegada a hora de juntar os pertences, reunir a família e deixar o país? Ou, para os que decidem ficar, que motivo têm? Para as pessoas comuns, a guerra começa com um choque: um belo dia estamos ocupados com a rotina de marcar consultas no dentista e a cortina cai.
Passei duas semanas na Síria no começo do mês. Tive o privilégio e a sorte de obter um visto, porque há no país um bloqueio total à mídia. O temor era palpável. Carros-bomba explodiam nas ruas. Na semana seguinte à minha estada em Damasco, a Cruz Vermelha declarou que os 17 meses de levante tinham se convertido numa guerra civil.Barricadas são erguidas. Soldados são recrutados e vizinhos trabalham para formar sua própria defesa. Ministros são assassinados e o país mergulha no caos. Pais desaparecem. Os bancos fecham, a vida e a cultura desaparecem por completo. Em Damasco, esse momento chegou.
Durante o período em que estive na Síria, a vida cotidiana se desenrolou como ocorre em todo o mundo. Assisti óperas num dos melhores teatros do Oriente Médio, participei de festas dionisíacas, fui a casamentos, nos quais os casais celebravam elaboradas cerimônias sunitas e xiitas, e acompanhei os maquiadores empregando sua magia no rosto de atrizes para o ensaio fotográfico de uma revista. Todas essas atividades fazem parte de uma vida que está prestes a sumir, tornando-se apenas uma lembrança.

Pouco abaixo da superfície das festividades havia uma corrente de tensão, um temor tangível de que o conflito pudesse transbordar para as ruas. As pessoas começaram a deixar Damasco quando cheguei. Eram organizadas festas de despedida e as embaixadas estavam fechando.
Os bairros de Barzah e Midan são agora áreas de circulação proibida. Eu me pergunto quantas das pessoas que vi há duas semanas estão deixando a Síria, cruzando a fronteira com o Líbano. Conheço a velocidade da guerra. Em todas que já cobri, os momentos nos quais tudo muda têm uma qualidade semelhante.
Certa vez em Abidjã, Costa do Marfim, em 2002, fui dormir depois de jantar num elegante restaurante francês. Quando acordei, não havia serviço telefônico e nenhuma emissora de rádio da capital estava transmitindo. Em 24 horas, entre a paz e a guerra, tive tempo o bastante para apanhar o passaporte, o computador, as fotos e fugir para um hotel no centro da cidade.
Em 1992, uma amiga caminhava por Sarajevo, de minissaia e salto alto, indo trabalhar num banco, quando viu um tanque descendo a rua. Tiros foram disparados. Ela se agachou, trêmula, protegendo-se atrás de uma lixeira, com a vida alterada para sempre. Poucas semanas depois, ela entregou seu bebê para um desconhecido que fugiu para outro país. Anos se passaram antes que ambos se reencontrassem.
O general Robert Mood, da Noruega, líder da equipe de monitores da ONU enviada a Damasco, me disse que, na guerra, não existe um modelo a ser seguido. Mas, ao ler as notícias do vilarejo de Tremseh e ver os refugiados deixando Homs com crianças nos carros, é difícil não se lembrar dos erros das últimas décadas.
Enquanto a Rússia continua a vetar os esforços do Conselho de Segurança para aplicar sanções, amigos na Síria relatam os assassinatos e as torturas. É difícil não enxergar uma nova Bósnia. Sírios, que há pouco tempo se identificavam como sírios, agora dizem ser alauitas, cristãos, sunitas, xiitas, drusos.
A diplomacia está fracassando. Kofi Annan manteve-se à uma distância segura e observou os genocídios na Bósnia e em Ruanda, quando era ele o encarregado da operação de paz. Agora, ele negocia com Assad um cessar-fogo. Em todas as guerras que cobri, cessar-fogo foi apenas sinônimo para ganhar tempo e prosseguir o massacre.
Treze anos atrás, Annan apresentou um relatório à Assembleia Geral sobre o fracasso da comunidade internacional em evitar o massacre de bósnios em Srebrenica. Ele descreveu o episódio como "um horror sem paralelo na história da Europa desde a 2.ª Guerra". Mas, novamente, os países mostram falta de vontade para deter o massacre de mulheres e crianças.
É esse o aspecto do início de uma guerra civil. Nos dias que passei na Síria, conversei com o maior número possível de pessoas. Queria ver como os defensores de Assad relatavam a história daquilo que estava ocorrendo. E queria depoimentos dos que sofreram sob o regime.
Nas duas horas de viagem de Damasco a Homs, passei por oito postos de controle do governo. Do lado de dentro, a metade da cidade que não fora arrasada pelos tanques estava parcialmente funcional. Num centro de refugiados lotado, conheci uma mulher chamada Sopia, que tinha visto pela última vez o filho Mohamed, de 23 anos, num leito de hospital em Homs em dezembro. Ela disse ter chegado certo dia ao leito, que estava vazio.
Os médicos explicaram que o filho fora transferido para um hospital militar. Dez dias depois, ela encontrou o corpo de Mohamed no hospital militar. O cadáver tinha sinais de tortura: havia duas balas na cabeça, marcas de choques nas solas dos pés, tornozelos e queimaduras de cigarro nas costas.
Para Sopia, a manhã na qual ela viu o corpo do filho foi o momento em que ela se deu conta de que estava numa guerra. Ela me disse que o filho era um homem simples, sem elo com os rebeldes. Mas Sopia e sua família moravam em Baba Amr, região de Homs que era reduto de opositores, e supõe-se que jovens de certa idade sejam combatentes do Exército Livre da Síria.
Em Homs, conheci um menino que ficava sentado jogando cartas. Para ele, a guerra começou em março de 2011. Então, seus pais o proibiram de sair de casa. Agora, há um atirador de elite no fim da rua em que ele mora e, à noite, o som das granadas ecoa pela escuridão, ganhando intensidade conforme avança a madrugada.
O menino mora perto das ruínas de Baba Amr e o ar do lado de fora de sua varanda ainda traz o aroma do jasmim, das oliveiras e dos botões de laranja. Se ele entrasse e fechasse os olhos, seria possível imaginar que não havia guerra nenhuma do lado de fora.
A família do menino não apoia Assad, mas eles não pretendem deixar o país. Por quê? A mãe do garoto me disse que eles ficarão porque é ali o seu lar. A vida que levam já equivale à de um prisioneiro. O menino tem um único DVD, uma cópia pirata de Esqueceram de Mim, que ele assiste sempre que há eletricidade. Ele sente falta dos amigos que já deixaram a Síria.
Fui a um ensaio da Orquestra Infantil da Síria e ouvi uma versão desafinada da Prece Noturna da ópera Hansel e Gretel. Vendo as crianças e seus rostos enquanto tocavam oboés e flautas, me perguntei quantas morreriam, quantas deixariam o país, quantas ficariam na Síria e lutariam nos dias vindouros.
Diz-se que, na guerra, a verdade é a primeira a morrer. Conforme a guerra avança na Síria, as pessoas buscam pela verdade. Em Homs, Sopia procura uma resposta para o assassinato de seu filho ferido. Em Damasco, enquanto tomamos uma xícara de café, uma jovem ativista me diz que não tem medo de ser presa por participar de manifestações. Ela usa um nome falso e muda de endereço com frequência. "Acredito naquilo que estou fazendo", disse. Ela quer morar num país que seja verdadeiro e livre.
Num escritório do governo, perto da estrada de Mezze, um funcionário cristão diz ter crescido num país que, como a Bósnia, misturava grupos étnicos, refugiados vindos da Armênia, cristãos, xiitas, sunitas e seguidores da Igreja Ortodoxa. Ele diz que o levante mudará tudo. "Todos que acreditaram no modelo sírio foram traídos", disse. 

Crise: Armas Quimicas


Obama adverte Síria para não cometer 'trágico erro' de usar armas químicas.

Presidente dos EUA afirma que Assad terá de prestar contas à comunidade internacional.

WASHINGTON - O presidente de Estados Unidos, Barack Obama, alertou nesta segunda-feira, 23 que o regime do presidente sírio, Bashar Assad, não deve cometer o "trágico erro" de utilizar armas químicas porque, caso contrário, terá que prestar contas à comunidade internacional. "Continuaremos deixando claro a Assad e a seus parceiros que o mundo está vigiando e que terão que prestar contas à comunidade internacional caso cometam o trágico erro de utilizar essas armas", disse Obama durante um discurso no fórum de veteranos de guerra em Reno (Nevada).
Obama lançou a advertência na 113ª convenção anual do grupo Veteranos de Guerras Estrangeiras (VFW, em inglês), uma das maiores e mais antigas organizações de veteranos do país. O líder americano, no entanto, reiterou o apoio do governo de Washington ao povo sírio para que tenha um "futuro melhor, livre do regime" de Assad.
"Continuaremos trabalhando com nossos amigos e aliados e a oposição síria para chega ao dia em que o povo sírio tenha um governo que respeite seus direitos básicos a viver em paz, com liberdade e dignidade", prometeu Obama. Os Estados Unidos mantiveram a pressão sobre o regime sírio, que ameaçou hoje recorrer a suas reservas de armas químicas no caso de um possível ataque militar do Ocidente, apesar de dizer que não as usaria contra sua própria população civil.
No domingo, o senador John McCain criticou o que considerou como falta de liderança por parte do governo de Obama em relação à Síria, enquanto a situação se deteriora no país. Questionado a respeito, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou hoje que se McCain sugeria, por exemplo, uma intervenção ou invasão militar, o líder americano "não acredita que esse seja o rumo correto" para combater o regime sírio.
"Estamos trabalhando para aumentar as pressões contra o regime de Assad através de sanções e do isolamento internacional, e continuaremos fazendo isso", disse Carney aos jornalistas. "Estamos trabalhando, também, para ajudar o povo sírio através de ajuda humanitária e da oposição com assistência não letal (militar). Continuaremos agindo com nossos parceiros para conseguir a transição democrática que o povo sírio merece", afirmou.
Nesse sentido, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, insistiu na postura dos EUA de condenação, afinal "qualquer uso possível deste tipo de armas seria completamente inaceitável". "Estivemos trabalhando com todos os nossos aliados e parceiros para vigiar a situação (na Síria), para comparar informação e enviar a mesma mensagem", enfatizou Nuland, embora tenha dito que as autoridades dos EUA não tiveram um contato direto com a Síria a respeito.

Candidatos trocam água por votos no semi-árido


Políticos teriam oferecido também pagar contas de energia elétrica e até contribuição previdenciária para conseguirem mais eleitores


Luciano Coelho, especial para O Estado de S. Paulo
O procurador regional eleitoral, Alexandre Assunção, revelou que existem diversos inquéritos em andamento para apurar a compra de votos em troca de água no semi-árido, do pagamento de contas de energia elétrica, e até em troca de pagamento de contribuição previdenciária. O MPE orientou aos promotores que abram inquérito para apurar as denúncias e ingressem com as respectivas ações em cada caso. O procurador não quis revelar o nome dos candidatos denunciados e nem quais municípios estavam sob investigação.
Para Alexandre Assunção, a aplicação da Lei da Ficha Limpa e o rigor na fiscalização das eleições vão impor mais transparência ao pleito e inibir atos ilícitos de alguns políticos em busca de votos.
"Esta lei da ficha limpa é uma esperança e um marco nas eleições. É uma nova página na história política e para isso contamos com o apoio dos cidadãos e com os promotores atuando com todo o rigor que a lei requer. Vamos fazer todo o possível para ter uma eleição mais correta.", comentou o procurador eleitoral.
Segundo ele, todas as denúncias estão sendo apuradas e investigadas para que os candidatos eleitos sejam capazes de exercer bem suas funções. Alexandre Assunção confirmou que foram feitas denúncias sobre a compra de votos em troca de água no semi-árido, e até o pagamento de contribuição previdenciária para obter o sufrágio.
"Tomamos conhecimento e o fato está sendo apurado pelo promotor local. Estão sendo abertos investigações cível e criminal sobre o caso. É lamentável este tipo de comportamento, principalmente, se aproveitando da necessidade da população para tirar proveito disso, com um ato ilícito que deve ser punido.", confirmou o procurador, sem querer informar qual o político ou em qual município isso estava acontecendo. Ele se limitou a dizer apenas que era no semi-árido, onde tem escassez de água em decorrência da seca.
Alexandre Assunção revelou que dois ilícitos estavam sob investigação sobre compra de votos, mas pelo menos outros sete estão sendo apurados pelo Ministério Público. "Isso, se comprovado, pode resultar em ações criminal e cíveis. O candidato pode ter o registro de candidatura cassado, ter pena de multa e ainda ficar inelegível por até oito anos.", advertiu o procurador.
Ele estava indignado com a compra de votos se aproveitando das necessidades da população mais carente. "Tivemos noticias de compra de votos com material de construção, de pagamento de conta de energia, pagamento de conta de água e até o pagamento de contribuição previdenciária, fatos que estão sendo apurados e investigados, inclusive pela Polícia Federal. Não vamos facilitar. Tudo está sendo apurado e, em alguns casos, já tem até condenação em primeira instância. Nossa missão é combater a corrupção e a compra de votos.", adiantou o procurador regional eleitoral.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Terrorismo

Atentado Terrorista mata Israelenses na Bulgária.

Imagens mostra dois ônibus destruídos pelas explosões
no aeroporto de Burgas. Foto: AFP
Exatamente 18 anos depois de um dos maiores atentados da história contra uma comunidade judaica no exterior, pelo menos quatro israelenses foram mortos e mais de 30 ficaram feridos nesta quarta-feira 18, em Burgas, no leste da Bulgária. O atentado, realizado no aeroporto da cidade búlgara, é mais um episódio na aparentemente sistemática ofensiva contra alvos israelenses pelo mundo.
O alvo desta quarta-feira foi um ônibus lotado com turistas israelenses. O veículo trafegava na pista quando explodiu e pegou fogo. De acordo com o prefeito de Burgas, Dimitar Nikolov, os explosivos estariam no porta-malas do ônibus. As primeiras informações do Ministério do Interior da Bulgária dão conta de que cinco pessoas morreram (uma seria um guia turístico local) e 33 ficaram feridas, três delas em estado crítico. Entre os feridos há, segundo agências de notícias locais, uma garota de 11 anos e duas mulheres grávidas.
O governo de Israel não demorou a atribuir o atentado ao Irã, seu principal inimigo regional. “Exatamente 18 anos depois do ataque ao centro comunitário judeu na Argentina, o terror iraniano continua a ferir pessoas inocentes”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Em 18 de julho de 1994, 85 pessoas foram mortas na sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires, num crime atribuído pela Justiça argentina ao governo do Irã e ao grupo libanês Hezbollah. Netanyahu afirmou que o atentado em Burgas era uma prova de que a ofensiva iraniana “está se espalhando pelo mundo” e alertou que seu governo vai dar “uma forte resposta” ao Irã.

Para a Bulgária, o ataque não é exatamente uma surpresa. Em janeiro, a descoberta de uma pacote suspeito em um ônibus que levava turistas israelenses da Turquia para a Bulgária fez o governo israelense pedir segurança reforçada para seus cidadãos.
Imagem mostra a fumaça subindo no aeroporto de Burgas,
após a explosão. Foto: AFP

Nos últimos meses, interesses israelenses se tornaram alvo em diversos países. Em fevereiro, explosões atingiram as embaixadas de Israel em Nova Déli (Índia) e Tbilisi (Geórgia). Dias depois, um iraniano provocou uma série de explosões em Bangkok e a polícia da Tailândia descobriu, na casa em que ele estava, artefatos semelhantes aos usados nos ataques à embaixada. No início de julho, a polícia do Quênia prendeu dois iranianos na cidade de Mombasa com 15 quilos de explosivos que, segundo os investigadores, seriam usados contra alvos israelenses, americanos, britânicos e sauditas. No último domingo, a polícia do Chipre deteve um sueco descendente de libaneses que estava seguindo turistas israelenses.Para a Bulgária, o ataque não é exatamente uma surpresa. Em janeiro, a descoberta de uma pacote suspeito em um ônibus que levava turistas israelenses da Turquia para a Bulgária fez o governo israelense pedir segurança reforçada para seus cidadãos.
A atual onda de ataques contra alvos israelenses poderia ser uma retaliação à sistemática campanha de atentados contra cientistas nucleares iranianos, atribuída por Teerã aos serviços de inteligência de Israel e de países ocidentais, como os Estados Unidos. O assassinato dos especialistas seria uma forma de evitar a evolução do programa nuclear iraniano diante da falta de resultados por meio de sanções e negociações diplomáticas.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Crise na Síria


O presidente da Síria, Bashar Assad, vai usar armas químicas contra forças opositoras e já pode tê-las prontas para uso, disse à BBC Nawaf Fares, ex-embaixador sírio no Iraque.

Fares, o mais importante integrante do regime a desertar, afirmou que os dias do presidente estão contados, mas advertiu que ele pode estar preparado para "erradicar toda a população síria" para permanecer no poder. 

Quando perguntado pelo jornalista Frank Gardner se isso significaria o uso de armas químicas, Fares disse que "eu estou convencido que se o regime de Bashar Assad for ainda mais encurralado pelo povo, ele usará este tipo de arma". "Há informações, informações não confirmadas, que armas químicas têm sido usadas em Homs", disse o ex-embaixador.

A Síria tem um grande estoque de armas químicas e seus vizinhos estão cada vez mais preocupados sobre o que vai acontecer com elas se o regime cair. Para Fares, a queda de Assad é agora "inevitável". 

"É absolutamente certo que este governo vai cair no curto prazo", disse ele à BBC de seu refúgio no Catar. "Nós esperamos que este tempo seja breve para que os sacrifícios sejam reduzidos." Fares, que anunciou sua deserção em 11 de julho, era visto como um linha-dura do regime e sua decisão de deixar as fileiras atraiu suspeitas entre ativistas. 

Alguns dissidentes dizem que Fares foi provavelmente preparado pelo Ocidente para participar de um governo de transição, enquanto outros lembram seu passado "criminoso". 

Fares, que foi governador de várias províncias sírias e ocupou altos cargos no setor de segurança e no partido Baath, é proveniente da importante tribo sunita Oqaydat, do leste da Síria, que também tem membros no Iraque, na Jordânia e na Arábia Saudita. 

Ex-policial, ele tinha ligações próximas com os temidos serviços de inteligência antes de se tornar governador e mais tarde o primeiro embaixador do país no Iraque, após 30 anos de relações rompidas entre os dois vizinhos. 

Segundo Fares, o aumento da violência na capital, Damasco, prova que "a expansão e o poder da revolução está aumentando dia a dia". As informações são da Dow Jones.


Kadima deixa o governo de Israel


O líder do Partido Kadima, Shaul Mofaz, disse nesta terça-feira que o partido de centro deixa o governo de unidade formado dois meses atrás. Segundo o site de notícias Ynet, ele declarou que a legenda "não teve escolha" a não ser deixar o governo. 
A saída do Kadima, o maior parceiro da coalizão de governo em Israel, jogou o país numa crise política nesta terça-feira e deixou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a cargo de uma coalizão extremista que se opõe à maior parte das medidas de paz na região. 
O moderado Kadima aprovou em votação sua saída do governo, medida que parece deixar o país mais perto de eleições antecipadas, um cenário que pode paralisar por meses a diplomacia no Oriente Médio.
Mesmo se Netanyahu conseguir manter a truncada coalizão unida, a súbita crise tem amplas implicações para a paz na região, o que o deixa com uma maioria parlamentar menor e dominada por extremistas religiosos e nacionalistas que se opõem a concessões a palestinos. 
Mofaz levou o partido para a coalizão para trabalhar com Netanyahu no fim de um sistema controverso e antigo que concede isenção a dezenas de milhares de estudantes judeus ultraortodoxos, que não precisam prestar serviço militar. Mas com a aproximação da decisão judicial sobre a questão, em 1º de agosto, os dois lados não conseguiram chegar a um acordo. 
"Nós fizemos um grande esforço para a aprovação de uma nova lei que alteraria o equilíbrio do serviço militar", declarou Mofaz - que é ex-chefe militar - durante coletiva de imprensa. 
Mofaz disse que tentou montar um "novo contrato social", mas foi apresentado a "linhas vermelhas" que não podem ser cruzadas. "Vamos voltar, com nossas cabeças erguidas, para liderar a oposição do país", disse ele. 
O Kadima é o maior partido do Parlamento de Israel, tendo conquistado um assento a mais do que o Likud, de Netanyahu, na última eleição, mas foi deixado de fora quando Netanyahu formou seu governo. 
A isenções aos ultraortodoxos provocam grande ressentimentos entre a maioria secular israelense, a quem é exigido de dois a três anos de serviço militar compulsório. Líderes ultraortodoxos são igualmente inflexíveis em sua recusa em ceder, afirmando que seus jovens servem à nação por meio de orações e estudos. 
Netanyahu havia proposto um sistema que anexaria gradualmente um crescente número de ultraortodoxos no decorrer de vários anos e manteria as isenções para alguns deles, mas Mofaz quer uma incorporação mais rápida. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Opinião da Presidente


A presidente Dilma Rousseff aproveitou sua participação durante a 9ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente para dar um recado em relação às críticas sobre o baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano. Em seu discurso, Dilma disse que uma "grande nação" não se mede pelo PIB.
"Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto. É a capacidade do país, do governo, e da sociedade de proteger o seu presente o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes", afirmou.
Em junho, o Banco Central revisou a sua projeção para o crescimento do PIB do país em 2012 de 3,5% para 2,5%.
A presidente voltou a criticar a política de governo anteriores em relação à distribuição de renda, dizendo que o Brasil viveu uma situação "lamentável" e "terrível. "Um país com tantas riquezas, formado por um povo tão solidário, mas que uma parte imensa da sua população estava afastada dos direitos e sobretudo do direito de se beneficiar dessas riquezas e tudo que esse país pode produzir", disse.
Na avaliação da presidente, um país desenvolvido precisa investir em escolas de tempo integral. Atualmente, o Brasil possui 33 mil escolas de ensino fundamental e médio com aulas em turno integral. Dilma Rousseff prometeu, até o final do governo, fazer o país chegar a 60 mil instituições deste tipo.
"Nenhum país desenvolvido tem escola de período único", afirmou a presidente.
Em seu discurso, a presidente também manifestou apoio à indicação do brasileiro Wanderlino Nogueira Neto para integrar o Comitê dos Direitos da Criança da ONU. Dilma desejou boa sorte ao indicado.

"Ô, DILMA, DÊ UM JEITO"
A presidente chegou ao evento com atraso de 45 minutos, o que deixou impaciente a plateia da conferência, formada em parte por adolescentes.
Duas mestres de cerimônia se revezavam na tentativa de animar o público. "Cadê os adolescentes dessa conferência?? Quantos somos? 600? 700? Muitos mil", agitava uma delas.
Como a presidente não chegava, as animadoras começaram a arregimentar jovens para cantar, mesmo sem acompanhamento de instrumentos musicais. "Está rouca? Não tem problema não!", disse uma delas a uma jovem, que acabou entoando um funk.
"Isso, na minha terra, se chama 'enrolation', 'embromation'", reclamou da plateia uma delegada da Bahia.
As mestres de cerimônia aproveitaram para puxar algumas cantorias para a presidente, ainda atrasada. "Como vocês estavam cantando ontem? Eu...", ao que se seguiu na plateia o popular "...sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor."
Outra tentativa das animadoras foi: "E quem veio aqui para nos ver? Ô, Dilma, cadê você...". Adolescentes de Minas Gerais e do Distrito Federal fizeram uma adaptação do hino, que foi cantado para Dilma, assim que a presidente subiu ao palco. "Ô, Dilma, dá um jeito, eu vim aqui pelos meus direitos!"

Alta no Preço do Diesel


Preço do Diesel subirá 6% nas refinarias a partir de segunda-feira. Em 25 de junho, preço do combustível ja fora reajustado em 3,94%.
A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (12) um reajuste de 6% no preço do diesel nas refinarias, a partir da próxima segunda-feira (16). A estatal estima que a alta represente, para o consumidor, uma elevação de 4% no preço final do combustível.
"Esse reajuste foi definido levando em consideração a política de preços da Companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo", diz a Petrobras em nota.
Segundo reajuste
A alta anunciada nesta quinta é o segundo reajuste feito no preço do diesel pela companhia em menos de um mês. Em 22 de junho, a estatal anunciou o aumento do preço da gasolina, de 7,83%, e do diesel, de 3,94%, a partir de 25 de junho.

Na ocasião, no entanto, o Ministério da Fazenda, anunciou a isenção da comercialização destes combustíveis da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE).

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Crise Politíca no Paraguai


Paraguai declara embaixador da Venezuela como "persona non grata" e ordena sua expulsão do país.

O governo do Paraguai declarou nesta quarta-feira (4) como persona non grata o embaixador da Venezuela no país, Don José F. Javier Arrúe De Pablo, e ordenou a retirada do chefe da delegação diplomática paraguaia em Caracas, segundo um comunicado de seu Ministério das Relações Exteriores.
Segundo o jornal paraguaio ABC Color, o ministério afirmou que "diante das graves evidências de intervenção por parte de funcionários da República Bolivariana da Venezuela em assuntos internos da República do Paraguai, o governo pede a retirada do embaixador de seu país".
O texto ainda diz que pelo fato de o embaixador não estar no país, não é necessário um plano de abandono. A medida tem efeito imediato.

Vídeo

A ministra de Defesa do Paraguai, María Liz García, divulgou ontem um vídeo com imagens de uma suposta reunião em que o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, teria mantido com altos comandantes militares paraguaios no dia 22 de junho, pouco antes do processo de impeachment relâmpago que determinou a saída de Fernando Lugo da presidência do país.

Em breve entrevista coletiva, a ministra disse que recebeu ordens do presidente Federico Franco de entregar à imprensa cópias da gravação, que mostra os participantes do encontro entrando e saindo do local onde ocorreu a reunião. María Liz acusou há alguns dias Maduro de incentivar as Forças Armadas paraguaias a se rebelarem contra a cassação de Lugo.

O encontro de Maduro com comandantes das três divisões das Forças Armadas teria sido convocado pelo chefe do gabinete militar da presidência de Lugo, o general Ángel Vallovera, e ocorrido no Palácio de Governo. Teriam participado da reunião os comandantes do Exército, Adalberto Garcete, da Marinha, Juan Benítez, e da Força Aérea, Miguel Christ."Tenho certeza que vão entregar (cópias do vídeo) às instâncias correspondentes", disse hoje a ministra em referência ao Ministério Público. As imagens, editadas e sem áudio, foram exibidas por um canal de televisão paraguaio. A reunião teria ocorrida entre às 16h23 e 16h33 do dia 22, pouco antes do início da sessão no Senado que culminou no impeachment de Fernando Lugo, considerado culpado por mau desempenho de suas funções.
Assim que assumiu a presidência, Franco substituiu o chefe de seu gabinete militar e os comandantes do Exército e da Marinha.
A rede multiestatal TeleSur publicou a íntegra do vídeo, nas imagens, afirma a emissora, Maduro não aparece sozinho com os militares, como havia insinuado o material editado e transmitido por uma televisão paraguaia. Ele estava acompanhado de seus pares da Unasul (União de Nações Sul-americanas).
Conforme informou a TeleSur, além dos chanceleres dos países do bloco regional estava também no encontro o secretário-geral, Alí Rodríguez. Na sexta-feira passada, García acusou Maduro de tentar incentivar um levante das forças armadas paraguaias, o que o tornoupersona non grata do novo governo. O diplomata reiterou seu repúdio ao novo governo e afirmou que "não grato é o golpe dado contra o presidente Fernando Lugo”.
"Essas coisas que dizem essa pessoa de um governo ilegítimo como o que surgiu desse golpe de Estado te mostram o aspecto político e moral de quem acaba de dar um golpe e correm para acusar outros de dar golpes e contragolpes (…) Essa acusação não tem relação com a realidade", afirmou Maduro.

Suspensão do Mercosul

Os presidentes de Argentina, Brasil e Uruguai fecharam um acordo na reunião do Mercosul realizada na cidade argentina de Medonza para suspender “temporariamente” o Paraguai do bloco até as eleições presidenciais de abril de 2013, logo depois do impeachment que depôs Fernando Lugo. Ao mesmo tempo, a cúpula decidiu o ingresso da Venezuela no bloco.
Assim que Lugo foi deposto, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, decidiu retirar o embaixador do Paraguai do país, além de afirmar que cessaria o fornecimento de petróleo como forma de rechaçar a destituição do ex-presidente, que qualificou como golpe de Estado.
Posteriormente, o presidente da Petropar, Sergio Escobar, anunciou que a petrolífera estatal venezuelana PDVSA não cortará o envio de combustível ao Paraguai, como havia anunciado Chávez. (Com Opera Mundi e EFE)
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