segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Uruguai quer proibir "happy hours" para combater consumo de álcool

Montevidéu, 1 ago (EFE).- O governo uruguaio, que quer legalizar a produção e a venda de maconha, enviou nesta quinta-feira ao Parlamento uma iniciativa para combater o consumo abusivo de álcool, com a proibição de festas com bebida liberada e "happy hours". O projeto de lei precisa ainda ser debatido pelas diversas comissões e ser votado pelas duas câmaras do Parlamento uruguaio para entrar em vigor, o mesmo caminho pelo qual passa o projeto de lei que legaliza a maconha, e que ontem recebeu sinal verde da Câmara dos Deputados e deve ser referendada sem problemas pelos senadores.
O novo projeto prevê a criação da Unidade Reguladora de Bebidas Alcoólicas (URBA), que emitirá licenças especiais para os pontos de venda e distribuição com o objetivo de evitar a venda ambulante e se encarregará de "promover e propor ações para divulgar os riscos e reduzir os danos associados ao consumo problemático de bebidas alcoólicas".
Além disso, a lei contempla um aumento dos impostos para as bebidas alcoólicas que, juntamente com a arrecadação das licenças, seria destinado à prevenção e ao tratamento de doenças causadas pelo consumo do álcool.
Também ficaria proibida a venda de álcool entre 22 e 8 horas, "com exceção dos estabelecimentos que possuírem licença especial de venda a varejo para consumo dentro do estabelecimento".
Ainda não seria permitida a venda e a distribuição de álcool nas vias públicas, nem nos centros de ensino públicos e privados.
As promoções de venda e consumo de bebidas alcoólicas, como os "happy hours" e os "open bar" seriam proibidas e a publicidade do setor controlada.
A iniciativa, explicou o secretário da presidência uruguaia, Diego Cánepa, "não é uma abordagem puritana contra o álcool", mas vai "contra uma conduta abusiva que mudou o relacionamento entre as pessoas".
Cánepa lembrou que as duas drogas mais consumidas pelos uruguaios são o álcool e o tabaco, que causam por ano a morte de quatro mil pessoas.
Segundo dados da Junta Nacional de Drogas, no Uruguai existem 260 mil consumidores problemáticos de álcool, 63 mil deles precisam de tratamento ou algum tipo de ajuda profissional para superar a dependência, números alarmantes para um país que tem 3,3 milhões de habitantes.
Quanto ao consumo de maconha, de acordo com a Junta, 20% dos uruguaios entre 15 e 65 anos consumiu a droga pelo menos uma vez na vida e 8,3% usou no último ano. EFE

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Homem será despejado após 40 anos na mesma casa por fumar demais

Friedhelm Adolfs, um inquilino que vive no mesmo apartamento há 40 anos, pode precisar sair de casa porque um tribunal de Dusseldorf, na Alemanha, admitiu as razões de seu proprietário para rescindir o contrato de aluguel: ele fuma demais e o cheiro incomoda os vizinhos.


A sentença não é incontestável e Adolfs, de 75 anos, já anunciou que continuará defendendo seu direito de fumar e manter sua casa, mas perdeu a primeira batalha judicial apesar de ter conseguido nos últimos meses o apoio de associações de fumantes e restaurantes em sua cidade na Renânia do Norte-Vestfália.

Adolfs mora há 40 anos no mesmo andar térreo, primeiro como porteiro e nos últimos quatro anos com um contrato de aluguel em que não era estabelecido que fumar era proibido, uma cláusula que não raro é incluída por proprietários de imóveis alemães.
No entanto, o dono do prédio decidiu levá-lo aos tribunais para rescindir o contrato alegando que a fumaça, que saía pela porta da casa e não pelas janelas, gerava "maus cheiros desmedidos e insuportáveis" na escada.
Com esse argumento, o senhorio convenceu o tribunal de primeira instância de Düsseldorf, diante do que Adolfs alegou que não podia fazer nada a respeito porque a porta do apartamento não era hermética.
Adolfs ressalta que sempre fumou, que nunca incomodou ninguém e que sua esposa, que morreu há dois anos, também era fumante, com o que o problema, se existisse, deveria ser pior no passado.
O objetivo do dono do apartamento, em sua opinião, é se livrar dele para alugar o apartamento mais caro. Já o inquilino diz que não vai se render.
Os veículos de imprensa alemães estão debatendo nesta quarta-feira a polêmica sentença enquanto simpatizantes do idoso começaram a arrecadar dinheiro para ajudá-lo a pagar as despesas judiciais do processo.
Em 1º de maio entrou em vigor na Renânia do Norte-Vestfália uma nova e restritiva lei anti-tabaco que proíbe fumar em bares e restaurantes, sem exceções, algo ainda permitido em outras cidades do país.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

OAB quer incluir estágio em favela nos cursos de Direito

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propôs ao Ministério da Educação uma alteração no currículo dos cursos de Direito, que poderão incluir um estágio em comunidades carentes do País. O estágio, de seis meses, seria dentro do período do curso. 


A proposta foi apresentada nessa segunda-feira, 29, pelo presidente da OAB, Marcus Vinícius Coelho, durante evento em Teresina. “A grade curricular do curso é do século 19, e a metodologia e o sistema de avaliação são precários. Queremos um curso de Direito que prepare cidadãos conscientes de seu papel no mundo e não meramente burocratas ou tecnocratas”, disse ele.
A OAB propõe ainda um aumento de disciplinas para o curso. Nesse período, os estudantes teriam de fazer um estágio “de verdade”, segundo Coelho. Hoje, o estágio já é previsto na grade curricular e deve ser realizado em fóruns, juizados e tribunais, mas são experiências de “faz de conta”, de acordo com o presidente da Ordem.
Ao jornal O Estado de S. Paulo, Coelho disse que o estágio não deverá ser obrigatoriamente em comunidades carentes, mas terá de dar aos estudantes experiência prática no exercício do Direito. “O estágio será em favelas, em empresas, em escritórios, em tribunais, enfim, onde o estudante tiver sua vocação e sua afinidade. Vivemos em um país democrático e plural, onde a liberdade das pessoas desenvolverem suas potencialidades deve ser respeitada.”
A criação de novos cursos de Direito está suspensa desde o início deste ano, quando a OAB e o Ministério da Educação firmaram um acordo para criar um marco regulatório para a área. Por 12 meses, a criação de novas faculdades ficará parada, até que a OAB apresente e o MEC aprove um novo currículo para a área. Segundo Coelho, a maioria dos alunos sai das instituições de ensino superior sem conhecimentos básicos, como processo eletrônico e prática do Direito. Procurado, o MEC não se pronunciou sobre a proposta da OAB de incluir estágio em comunidades carentes.
Médicos
A ideia de propor que estudantes façam algum trabalho social veio à tona com a decisão do governo federal de incluir na formação de médicos dois anos de trabalho remunerado no Sistema Único de Saúde (SUS). Os dois casos, no entanto, são diferentes. O estágio em comunidades carentes seria uma alternativa ao que já existe hoje, e não um período extra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Os intelectuais periféricos pedem passagem

Mano Brown é um intelectual.
Repetindo: o líder dosRacionais MC’s é um intelectual! Quem afirma isso é o sociólogo Rogério de Souza Silva, que defendeu na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) a tese de doutorado “A Periferia Pede Passagem: Trajetória social e Intelectual de Mano Brown”.
O trabalho acadêmico partiu de uma hipótese que, à primeira vista, soa bastante aceitável: o hip-hop, e particularmente o rap, tem o poder de salvar vidas de jovens nas comunidades pobres brasileiras. Mas o que realmente impacta na tese é o reconhecimento do autor de que os artistas populares representam os novos organizadores da cultura, fazendo emergir a figura do “intelectual periférico”.
Por que e como Mano Brown se transforma em um intelectual é a questão que se propôs a investigar o pesquisador da Unicamp. Ele explica que foi a partir da figura do líder dos Racionais MC’s, como expoente do rap brasileiro, que muitos jovens passaram a reconhecer suas origens, histórias e identidades. Outras lideranças históricas, como Malcom X, Martin Luther King, Zumbi dos Palmares e Nelson Mandela, também inspiraram muitos seguidores do hip-hop. “Esses jovens, na sua maioria negros e pobres, alcançam uma consciência para reivindicar o reconhecimento dos seus direitos”, escreveu.
Cidade Tiradentes, anos 1980 – Foto Kazuo Nakano
“Mano Brown se torna uma referência, não só pela parte artística, mas pela liderança, que passa por sua fala, pela postura, pelo olhar e até pela vestimenta”, explica Souza Silva. Referenciando Pierre Bordieu, que teoriza sobre os campos sociais, o pesquisador afirma que o vocalista dos Racionais domina muito bem os códigos do hip-hop, enquanto outros rappers não conseguem o mesmo feito.Na sua investigação, Souza Silva procurou traçar a trajetória do rap brasileiro, cujo ponto de partida se relaciona com um contexto social muito específico. Nos anos 1980, as grandes cidades passam a sentir os reflexos de anos de migrações em massa que transformaram camponeses em operários. Cidades despreparadas para receber esse aumento populacional tratam de empurrar o trabalhador braçal para as periferias sem a menor infraestrutura. Tem-se ao mesmo tempo o fim da ditadura e o sonho de que a redemocratização traga soluções para esses problemas. Mas não traz. No fim dessa década e início da seguinte, a violência explode e o pobre vira o vilão dessa história. O rap vira a tradução dessa luta pelo reconhecimento e um apelo à não discriminação.
GOG (Genival Oliveira Gonçalves) tem uma fala muito boa, também politizada, enquanto o Mano Brown prefere o linguajar mais simples e direto. Já o Gabriel o Pensador, que tem um talento fantástico, é um grande produtor cultural, mas não circula com naturalidade no campo social do hip hop”, diz.
No ápice da violência nos anos 1990, as periferias passaram a interessar à mídia (pelo viés negativo) e a sociólogos e antropólogos (pelo lado acadêmico), ao mesmo tempo em que organizações não-governamentais passavam a ocupar o papel do Estado (na falta dele).
Do lado musical, Mano Brown foi a figura que mais se destacou, assim como na literatura marginal sobressaíram nomes como Paulo Lins (Rio) e Ferréz (São Paulo). Não por acaso Souza Silva fez sua dissertação de mestrado sobre esse tema, publicando, em 2011, o livro Cultura e Violência, Autores, Contribuições e Polêmicas da Literatura Marginal (Editora Annablume).
Filho de pai porteiro e mãe diarista, o sociólogo cresceu numa Cohab (conjunto habitacional popular) de Itapevi, na Grande São Paulo, ouvindo sons de sua casa e de vizinhos tocando rap, sertanejo, forró e brega, num “emaranhado musical brasileiro bastante eclético”.
Foi, então, cursar ciências sociais na Unesp de Araraquara, imaginando que poderia virar professor de história, geografia, filosofia, sociologia e antropologia. Lá teve contato com a chamada “Escola Paulista de Sociologia”, cujos nomes mais representativos são Florestan FernandesFernando Henrique CardosoOctavio Ianni. Foi o suficiente para motivá-lo a seguir a vida acadêmica.
Na pesquisa de doutorado, Souza Silva recorreu aos estudos culturais de autores como Stuart Hall, Raymond Willians e E.P. Thompson, procurando fazer uma análise da cultura das relações de poder interrelacionada às estratégias de mudança social. Em sentido largo, esses estudos enfatizavam a necessidade de ouvir a “voz do outro”, venha de onde vier, inclusive das periferias.
Por que as periferias não haveriam de forjar seus próprios intelectuais?, questiona Souza Silva. Mano Brown seria o maior expoente, mas outros nomes como Rapin’ Hood, Thaíde, Marcelinho, Max BO e até mesmoEmicida também podem ser incluídos nessa lista.Outra referência utilizada pelo pesquisador foi a do filósofo e cientista político Antonio Gramsci, que falava que o poder das classes dominantes sobre o proletariado poderia ser mantido sobretudo pelo conceito de hegemonia cultural. Para fazer frente a esse tipo de controle, o marxista Gramsci defendia a importância que tinham os “intelectuais orgânicos” que surgem esponteanemente de cada grupo social.
Antonio Gramsci, filósofo e cientista político italiano (1891-1937)
A ascensão de intelectuais periféricos se dá paralelamente à chamada crise dos intelectuais tradicionais, exatamente nos anos 1990 e 2000. Sobretudo os de vertente progressista, sucumbidos pela lógica neoliberal que reinou no período. E é nesse sentido que os estudos culturais acabam por afirmar que os valores estéticos baseados apenas na produção de livros e outras obras artísticas não podem servir de único referencial do nosso tempo.
A influência do intelectual sobre a opinião pública está minimizada e não podemos deixar de reconhecer o enfraquecimento progressivo do seu papel de oráculo que, cada vez mais, encontra dificuldade em fazer-se ouvir“, escreveu na tese. No fundo, afirma Souza Silva, não se pode imaginar que alguns poucos eleitos sejam capazes de definir para o resto da sociedade os signos “corretos”. Se essa visão prevalecesse, apenas as pessoas que dominam os códigos há mais tempo teriam controle do que vem a ser “boa” ou “má” cultura. E possivelmente Mano Brown seria só mais um mano.

domingo, 4 de agosto de 2013

Mobilização une entidades médicas e serviços param

Ação, que segue nesta quarta-feira, não afetou serviços de urgência e emergência.

Para protestar contra os vetos da presidência à lei do Ato Médico e a contratação de estrangeiros no programa Mais Médicos, profissionais da área suspenderam serviços em todo o país nesta terça-feira, mantendo apenas atendimentos de emergência e urgência e de 50% das consultas agendadas.
Essa foi uma das raras situações em que as entidades médicas defenderam a mesma posição. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Maria, Benônio Terra Vilalba, isso ocorre porque o problema da saúde do país foi atribuído à categoria pelo governo:
— Jogaram a culpa em nós, mas o problema não está nos médicos, e sim, nos gestores.
Em artigo publicado em ZH desta terça-feira, o médico Gilberto Schwartsmann defendeu a mesma tese. "O governo conseguiu o inimaginável: uniu toda a classe médica brasileira! Em mais de 30 anos de profissão, nunca havia visto tantos médicos participando em protesto de rua!", escreveu o oncologista.
Nesta quarta-feira, ocorre o segundo dia da mobilização. Na terça, a adesão alcançou quase a totalidade da categoria. Vinte e dois Estados aderiram ao movimento (ficaram de fora Alagoas, Amapá, Roraima e Piauí). Em Porto Alegre e na Região Metropolitana, os médicos dos hospitais de Clínicas, Conceição, Santa Casa, São Lucas da Pucrs e Cardiologia aderiram à paralisação. O serviço de Traumatologia do Parque Belém também parou. No Interior, houve mobilização em pelo menos 25 cidades.
Nos ambulatórios dos grandes hospitais, consultas foram reagendadas e devem ser regularizadas a partir de quinta-feira. No Hospital de Clínicas, a mobilização contou com a participação de estudantes e alguns residentes, que entregaram panfletos, verificaram pressão arterial e conversar com pacientes.
Como solução para os graves problemas da saúde pública brasileira, as entidades pedem mais investimento da União, passando de 4,4% da receita para 10%, e a criação de uma carreira de Estado para médicos, como forma de fixar os profissionais no interior.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), Rogério Wolf de Aguiar, destacou que a medida "tomada de afogadilho" pelo governo federal não resolverá o problema:
— Podemos ter 30 médicos por mil habitantes e as emergências continuarão superlotadas. Mais Médicos não resolve a falta de leitos e infraestrutura.
Fonte: Zero Hora

sábado, 3 de agosto de 2013

Ayrton Senna: a força da marca sobrevive

Honda lança comercial que homenageia piloto para anunciar a volta de seus motores para pistas de corrida da Fórmula 1.
Senna era carismático e tinha imagem de um bom moço, mas sem deixar de lado a sua personalidade forte e absolutamente competitiva
São Paulo - Para anunciar a volta de seus motores para as sinuosas pistas de corrida da Fórmula 1, a Honda evocou a sua época mais gloriosa. A montadora lançou no Japão um comercial que homenageia Ayrton Senna, o piloto que melhor soube domar a fúria do famoso V10 da Mclaren, campeão do mundo nas mãos do inesquecível brasileiro.
Mas Ayrton não era apenas bom de braço. Carismático e com a imagem de um bom moço, mas sem deixar de lado a sua personalidade forte e absolutamente competitiva, Senna também fazia bonito na propaganda, figura fácil e pole position em comerciais de todos os tipos.
O legado de Senna nas pistas é tão incrível que hoje, 19 anos após a sua morte na trágica curva Tamburrello, no GP de Ímola, sua marca permanece extremamente forte e valiosa, certamente a maior do automobilismo nacional e entre as maiores do esporte mundial.
A marca administrada por sua irmã Viviane Senna fatura milhões com os mais diversos produtos, desde alimentos até réplicas dos capacetes usados pelo piloto durante sua carreira. Segundo o Instituto Ayrton Senna, que detém os direitos da marca, o dinheiro arrecadado com os produtos do ídolo é completamente revertido para os projetos sociais.
Confira alguns comerciais com a marca do ídolo, incluindo a homenagem da Honda.
Sound of Honda (Homenagem - 2013)
Shell (1992)
Fonte: Exame

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Cervejaria Nacional cria cerveja de café em parceria com Doug Odell

Doug Odell é um importante cervejeiro americano. Produtor artesanal obcecado por padrão e equilíbrio, ele esteve no Brasil no final de junho para participar da 12ª Brasil Brau (feira de tecnologia de cerveja) e aproveitou a viagem para fazer amigos e cervejas (o Paladar contou como foi sua passagem pelo Brasil aqui).
Um dos legados que Odell deixou de sua breve visita ao País foi a Pingado IPA, cerveja criada em parceria com a Cervejaria Nacional e que será lançada semana que vem, no dia 5.
A cerveja foi feita com grãos do café Espírito Santo 15, que receberam tratamento especial no Coffee Lab: torrefação delicada para acentuar aromas de amêndoas, avelãs e frutas amarelas.
Foram produzidos 500 litros da Pingado IPA, que tem 7,5% de álcool e 40 IBU (sigla em inglês para unidade internacional de amargor).
Para que quiser experimentar a sazonal, o lançamento acontece no dia 5 de agosto, Dia Internacional da Cerveja. Na data, ela será vendida a R$ 12 (o copo de 320 ml) e R$ 17 (o de 550 ml). Depois, passa a ser vendida por R$ 14 (320 ml) e R$ 20 (550 ml).

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Tubarões na praia de Boa Viagem são fato frequente há muito tempo

A região de Boa Viagem é considerada um verdadeiro berçário de tubarões.

Placa de advertência aos banhistas na Praia de Boa Viagem, em Recife (PE) (Foto: Estadão Conteúdo)
O ataque de tubarões ocorrido com a turista paulista em Pernambuco não foi o único caso dos últimos vinte anos. O Departamento de Pesca e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Recife consolidou as estatísticas ocorridas desde 1992 e aponta que foram registrados 56 ataques de tubarão a banhistas, sendo 21 deles fatais.  De junho de 1992 a dezembro de 2004, a média era de 3,5 ataques/ano. De 2005 até hoje, a média ficou em 1,6 ataques/ano na região de Boa Viagem. O Instituto de Ciência e Educação Ambiental da região considera que os ataques foram reduzidos em 45,8%.
ataque do último dia 22, com a turista Bruna Gobbi, de 18 anos, paralisou toda a região. Algunscomerciantes, afirmaram que houve queda nas vendas e alguns turistas apenas se conscientizaram da real existência do predador após o incidente, que foi amplamente divulgado pela mídia.
Segundo o cientista e pesquisador Fábio Azin, o ser humano não é uma presa comum para os tubarões. A mordida é exploratória e serve para identificação. Após a primeira mordida, o tubarão reconhece que não é comida habitual, e tende a largar a presa logo em seguida. Questionado sobre o tipo de alimento que os tubarões preferem, Fábio afirmou que raias, polvos e peixes menores são a comida regular dos predadores.
Geólogos afirmam que não há uma solução mágica para acabar com os tubarões em Boa Viagem, já que a região não é considerada de mar comum.
Boa Viagem é conhecida como uma área de um estuário de rio ou mais especificamente como berçário de diversas espécies. Algumas delas usam os rios como área para reprodução, assim como as áreas de manguezais são utilizadas por toda a fauna, explica Richard Rasmussen, cientista biológico.
De acordo com relatório do oceanário de Pernambuco, realizado no período de 04 de outubro a 31 de dezembro de 2012, as principais espécies de tubarões que vivem na região de Boa Viagem são o lixa e o raia prego, que representaram 24% e 20% da amostra analisada no período, respectivamente.
Algumas campanhas ambientais são realizadas para conscientização da população na região. A orientação é que evitem o banho de mar, distantes da beira da praia; não usem objetos metálicos, reluzentes ou estejam com ferimento na pele ao entrar no mar..
Para mais detalhes, acesse o Relatório Completo de monitoramento de tubarões do PE -2012.
Fonte: Yahoo

Quem mata a aviação brasileira?

Nenê Constantino se tornou dono da Gol com base na sua frota de ônibus do Distrito Federal, que constitui um país à parte dentro do Brasil. Foi, literalmente, um voo surpreendente, dos maiores da história da aviação brasileira.
Certo dia de 2006 Nenê Constantino foi chamado ao gabinete do presidente da república, no Palácio do Planalto, em Brasília. Quando chegou, já encontrou lá acomodado o advogado Roberto Teixeira ao lado do seu compadre, Luiz Inácio Lula da Silva.
Teixeira é o dono de um escritório de advocacia de São Paulo. Ele estava intermediando a venda da Varig para o fundo de investimento americano MatlinPaterson, comandado pelo chinês Lap Chan. Mas já então buscava outro comprador e para isso se lembrou do dono da Gol, que ficaria com a Varig se pagasse os 320 milhões de reais arbitrados pela transação.
Constantino fez o negócio, mas jamais utilizou a anteriormente valiosíssima marca Varig. Os 12 mil funcionários da companhia foram demitidos e suas cobiçadas rotas internacionais foram fechadas. Em 2012, seis anos depois do encontro, a Gol teve prejuízo de 1,5 bilhão de reais. Já Constantino foi acusado de mandar matar o genro, teve que sair do conselho de administração da empresa e colocado sob prisão domiciliar.
Denise Abreu, diretora da Anac, a única agência de regulação criada pelo governo Lula, não foi sequer informada sobre a transação. Quando as tratativas eram feitas em torno do fundo americano, ela foi pressionada pessoalmente em seu gabinete por Valeska Teixeira, filha de Roberto Teixeira, em cuja casa, em São Bernardo do Campo, Lula se hospedou por longo tempo, sem pagar aluguel. Denise se voltou para José Dirceu, em busca de apoio contra a pressão, mas ele não quis se envolver na questão.
Essa e várias outras histórias escabrosas são narradas por Consuelo Dieguez em longa matéria de capa da última edição da revista mensal Piauí. Ela mostra que a quebra da Varig foi causada mais por fatores políticos do que técnicos, por ação de bastidores do que pela movimentação no mercado. Foi um fim tão triste quanto o da Panair, vitimada na transição violenta do governo Goulart para a fase dos generais do regime militar.
Por ironia, a Varig foi escolhida pelos novos do poder para ocupar o lugar que fora da concorrente, sacrificada menos pelas suas dificuldades financeiras do que pela proximidade dos seus donos do presidente deposto.
A Varig tinha tudo para dar certo, se tivesse conseguido se desgrudar dessa parceria tortuosa com a política e os políticos. O que lhe deu a liderança no mercado foi também o que a vitimou. Ela não se alicerçou na excelência dos seus serviços e na competência da sua atividade, o que podia ter sido o efeito de sua administração partilhada entre os seus empregados.
Para pagar favores recebidos, prestava novos favores, o que comprometeu sua eficiência e suas finanças, levando-a à bancarrota definitiva, em 2010.
Essa promiscuidade entre a política e as companhias aéreas, que atuam num setor econômico muito sensível a subsídios para se manter, causou danos graves ao país. Juscelino Kubitschek quase matou a aviação comercial brasileira com seu apoio total ao transporte rodoviário e à indústria automobilística.
A maioria das empresas de aviação quebrou em seu período. Cidades e regiões, que antes eram servidas por linhas de penetração, saíram das rotas aéreas – então e para sempre. A Amazônia, que se espraia por dois terços do território nacional, foi a mais prejudicada. O isolamento só não foi total pela persistência do transporte pelos rios, mas em condições cada vez mais precárias, sem qualquer estímulo oficial.
O fim da Varig, uma das melhores companhias do mundo, que não encontrou sucedâneo nacional para manter suas rotas internacionais, acarreta a perda de bilhões de dólares ao Brasil todos os anos. Número crescente de cidadãos brasileiros utiliza empresas estrangeiras para circular pelo mundo.
O mais grave é que mais empresas de outros países penetram no mercado interno, que se tem desnacionalizado. Por inacreditável que pareça, o PT deu a maior contribuição nesse sentido, pela atuação espúria de petista e associados no governo e pela sua incompetência corporativista.
O Brasil se tornou um paraíso para a aviação internacional, por ser o quarto país em transporte aéreo de passageiros, é a conclusão que se tira da reportagem de Consuelo Dieguez. O segundo país, a China, simplesmente proíbe a participação de transportadoras estrangeiras em voos domésticos. Nisso, não seguimos um bom exemplo.
Embora extensa, a matéria podia aprofundar várias das questões que suscita ou às quais se refere superficialmente. Mas talvez nem precisasse mesmo ir a tanto. O que revelou já seria suficiente para causar abalos, se o Brasil se permitisse esse tipo de impacto.

Aulas de teatro para executivos prometem ajudar a falar em público

Ednaldo Costa, 45, diretor financeiro em uma consultoria de recursos humanos, havia feito a lição de casa. Elaborara e ensaiara uma cena para apresentá-la aos colegas do curso de teatro para executivos na Faap (Faculdade Armando Alvares Penteado).
Levou o resultado ao palco sem gaguejar, com pausas didáticas entre as frases e boa dicção. No entanto, houve algo fora do lugar: incomodado com a forte luz de dois holofotes instalados justamente para iluminá-lo, Ednaldo, sem perceber, foi lentamente escorregando para uma zona escura da cena.
"Gente, vocês precisam entender que os holofotes estão aqui para iluminar vocês. É desconfortável, mas vocês precisam ficar na luz", ensinou a professora Nany di Lima ao comentar a cena apresentada a uma turma de 20 alunos. O curso de teatro para executivos tem oito sessões de três horas cada e custa R$ 1.400. O próximo será em agosto. Atuar não é exatamente o objetivo de Ednaldo. Ele não recorreu a técnicas teatrais para levar um papel adiante, mas para evitar papelão no trabalho. Aulas de teatro para executivos prometem potencializar a capacidade de falar em público, afiar a postura e desengessar o excesso de formalidade nos relacionamentos pessoais.
Mas as intenções dos alunos podem ser as mais variadas. "Eu quis apenas procurar algo diferente do clima que a gente vive no escritório. Ter um momento de diversão e leveza", diz Sílvio Veloso, 31, executivo da Unilever. Ele não tem dificuldade para se apresentar publicamente. Fez o curso acreditando na oportunidade "de diversificar sua experiência corporativa".
Durante as aulas, no entanto, percebeu que estava com seus colegas em uma "luta contra a timidez". O curso é montado principalmente a partir de exercícios e jogos de improvisação. Nas primeiras aulas, há certa resistência. "Existe, sim, esse medo de cair no ridículo. Depois algumas pessoas acabam se soltando mais do que outras; acho que fiquei no meio-termo", analisa Sílvio. "O que a gente faz lá é muito fora do nosso dia a dia. Demora um pouco para virar a chave."
Para a executiva da indústria farmacêutica Simone Jeane Ladwig, 40, as aulas podem ajudar a perder a timidez. "Tenho de falar sempre para 20 ou 30 pessoas, isso faz parte do meu trabalho, e geralmente fico nervosa, especialmente no início da apresentação", conta.
Um dos exercícios busca aprimorar a atenção dos alunos, ou a capacidade de perceber o entorno. Os participantes caminham pela sala; de repente, a professora ordena, "quero dois círculos", e esses círculos têm de se formar espontaneamente.
Há enfrentamentos mais interessantes do que rebolar na frente de colegas. O exercício que melhor exemplifica o curso, diz Nany, é aplicado na primeira aula. Os alunos caminham, ocupando a sala, e a única coisa que precisam fazer é olhar nos olhos uns dos outros. "Algumas pessoas param de respirar. Daí você vê a dificuldade que muita gente tem de olhar nos olhos das pessoas, sem constrangimento."
Para ela, o curso procura resgatar o exercício de enxergar o outro, ou de se espelhar no outro, "do ascensorista ao presidente executivo." Com uma rotina repleta de formalidades e protocolos, a maioria parece buscar ali uma maneira de interpretar papéis menos rígidos.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...