terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ataques a Gaza geram crise entre Israel e Egito

Palestinos olham ferragens do carro onde estava Ahmed Jabari. O líder das Brigadas de Ezedin al-Qassam, braço militar do Hamas, foi morto em um ataque aéreo israelense nesta quarta-feira. (Foto: AP Photo/Adel Hana)

O embaixador egípcio em Tel Aviv, Atef Mohamed Salem, foi convocado pelo presidente Mohamed Morsi para retornar ao Cairo, depois que Israel negou um pedido egípcio de reunião com o embaixador israelense no país. 

A série de ataques de israelenses à Faixa de Gaza, em que um importante líder do grupo palestino Hamas foi assassinado, provocou uma crise entre os governos do Egito e de Israel. O Egito decidiu convocar de volta o seu embaixador em Tel Aviv, Atef Mohamed Salem. A decisão, tomada pelo presidente Mohamed Morsi, ocorre depois de o governo egípcio não ser atendido em seu pedido de se reunir com o embaixador israelense no Cairo, Yaacov Amitai. Morsi queria explicações do representante de Israel sobre os ataques militares à Faixa de Gaza, que deixaram oito palestinos mortos e pelo menos 50 feridos na manhã de quarta-feira (14). O principal alvo era Ahmed Jabari, líder das Brigadas de Ezedin al-Qassam, braço armado do grupo Hamas. Ele morreu após seu carro ser destruído por um míssil disparado por um avião da Força Aérea israelense. Em um tweet divulgado pela assessoria das Forças de Defesa de Israel, o recado de que a política de ataques ao grupo radical palestino continuará foi claro: "Nós recomendamos que nenhum agente do Hamas, seja de baixo escalão ou da cúpula, ponha os pés para fora de sua casa nos próximos dias".

As primeiras informações diziam que o embaixador israelense também fora convocado a voltar para seu país. O governo de Israel disse que ele já não estava no Cairo antes do ataque a Gaza. Segundo o jornal Ahram, um funcionário do aeroporto da capital egípcia viu Amitai no saguão do terminal, acompanhado de outros diplomatas.

Os ataques desta quarta-feira foram os mais incisivos de Israel contra Gaza desde que o Egito passou a ser governado por Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, em substituição ao ditador Hosni Mubarak, que mantinha uma boa relação com o governo israelense. A tensão entre os dois países vem aumentando desde agosto, quando tanques egípcios ocuparam o norte da Península do Sinai - região desmilitarizada na fronteira do Egito com Gaza. A paz entre isralenses e egípcios, selada nos acordos de Camp David em 1978, é encarada como um dos principais fatores de estabilidade da região. O governo de Israel diz ter decidido bombardear a Faixa de Gaza depois que dezenas de mísseis foram lançados de Gaza contra o território israelense. Segundo o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, a operação contra o Hamas no território palestino está apenas no começo.
Confira o Video no Site: Revista Época

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